Maranhão tem o pior índice de escrita do Brasil

De acordo com o Ministério da Educação, 77,3% das crianças avaliadas em escolas do Maranhão são capazes de ler palavras, mas não de compreender textos longos.

Pesquisa divulgada pelo Ministério da Educação (MEC), apontou que o Maranhão é o estado com a pior avaliação em habilidades de escrita de crianças, com 59,93%. Segundo a pesquisa, sete em cada dez crianças, alcançaram os níveis 1 e 2, que são considerados os piores, no que diz respeito a leitura.

De acordo com o MEC, 77,3% das crianças avaliadas são capazes de ler palavras, mas não de compreender textos longos. O Maranhão ainda aparece na pesquisa com os piores índices em relação a aprendizagem de alunos do terceiro ano do ensino fundamental. Em matemática, 77% das crianças não sabem fazer adições e subtrações mais complexas e neste quesito, o estado fica atrás do Amapá e Sergipe.

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Escolas municipais de São Luís estão fechadas por falta de infraestrutura.

O sindicato dos professores acredita que deficiências em escolas municipais em São Luís e no Maranhão, são determinantes para esses índices baixos. “O sistema em si da educação municipal está falho. As escolas não tem biblioteca e não tem infraestrutura. A escola ela deixou de ser um local prazeroso de aprendizagem e isso prejudica a educação pública como um todo”, explica Elizabeth Castelo Branco, presidente do sindicato.

Como é o caso da Escola Municipal Nossa Senhora de Aparecida no bairro Monte Castelo, em São Luís. Por falta de infraestrutura adequada, os professores eram obrigados a trazer ventiladores de casa para amenizar o calor e assim conseguir dar aula para as 420 crianças que estudam no local.

Hoje, a escola encontra-se abandonada, com as portas fechadas e sem previsão de reforma. O prédio possui diversas rachaduras em sua estrutura, além de estar destelhado e os pais das crianças afirmam que parte do teto caiu em cima das crianças. O material para a reforma do prédio está empilhado no fundo da escola sendo destruído pelo tempo.

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Fotos tiradas por pais de alunos mostra teto da Escola Municipal Nossa Senhora de Aparecida em São Luís,que desabou em cima dos alunos.

Os pais também contam que as aulas estavam programadas para começar no próximo dia 15, mas até o momento, a direção da escola não deu nenhum posicionamento. O conselho tutelar chegou a ir na escola para tentar resolver alguns problemas, mas foi informado pela direção do local que não havia um prazo para os alunos voltar as aulas. “Ela [a diretora da escola] me disse que estava sem previsão. E nós vamos retornar aqui e irei falar com o Promotor da Educação Paulo Avelar e tentarei encontrar uma solução”, conta Edilson Ribeiro, conselheiro tutelar.

Por conta da falta de infraestrutura, a Escola Municipal Monsenhor Frederico Chaves no bairro São Francisco em São Luís, teve que fechar as portas e mais de mil alunos que estudavam no local estão sem aulas. O sindicato dos professores afirma que outras três escolas municipais da capital estão na mesma situação e com isso, mais de três mil estudantes estão sem aulas.

A situação não é diferente nas escolas municipais no interior do Maranhão. Em Aldeias Altas, a 392 km de São Luís, alunos de escolas do município estão comendo a metade de uma espiga de milho como merenda escolar. O Ministério da Educação informou que a merenda escolar na educação básica deve suprir pelo menos 20% das necessidades nutricionais da criança, o que seria uma refeição.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que a escola Monsenhor Frederico Chaves está passando por uma reforma e que os alunos da unidade serão temporariamente transferidos para a Escola Cebolinha. A Semed informou que em relação a escola Nossa Senhora de Aparecida, irá passar por uma reforma no telhado e que os alunos irão assistir aula no anexo da Unidade Escolar Básica Bernadina Spíndola, até o término dos serviços.

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Alunos da escola Profª Maria da Conceição de Oliveira, em Aldeias Altas (MA), comem metade de uma espiga de milho como merenda escolar.

 

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