Desde o domingo (25), a família do caminhoneiro Obadias Pereira da Silva, de 44 anos, vive momentos de angústia. O homem passava por Bacabal, a 240 km de São Luís, no Maranhão, quando assaltantes invadiram uma central de distribuição do Banco do Brasil. O caminhoneiro gravou um áudio para a família, que mora no Recife, informando ter sido feito refém. Esse foi o último contato com os parentes.
“Eliúde, neste momento eu tô aqui como refém, aqui na estrada. “Tão” explodindo banco e eu tô na BR aqui. Só Deus aqui, “visse”? É tanto tiro e eu tô aqui como refém”, diz a mensagem, direcionada à esposa.
Depois de procurar informações sobre o assalto, Eliúde Batista encontrou vídeos na internet onde aparece o caminhão do marido. Ela reconheceu a placa em um veículo queimado.
“É uma vida muito arriscada. Já viajei muito com ele e via a estrada. Só que a gente acha que nunca vai acontecer com a gente”, lamenta a esposa do caminhoneiro, mãe de quatro filhos.
Morando no Ibura, a família tem esperanças de que Obadias vai voltar para casa. “Como não encontraram o corpo, eu sinto como se ele fosse chegar ali na rua e dizer que chegou”, afirma Eliúde, sem conseguir segurar as lágrimas.
Entenda o caso
Além do assalto ao centro de distribuição do Banco do Brasil, os assaltantes ainda incendiaram viaturas e enfrentaram a polícia da região. Três bandidos foram mortos no confronto com a polícia e um suspeito foi preso. A polícia ainda prendeu duas pessoas que entraram na agência bancária para pegar cédulas que foram deixadas durante o crime.
Segundo informações da polícia, a ação criminosa aconteceu por volta das 22h do domingo (25). Os bandidos estavam fortemente armados e atacaram o quartel do 15º Batalhão da Polícia Militar e também a Delegacia Regional de Polícia Civil.
Parte do dinheiro roubado foi recuperado na segunda-feira (26). A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) acredita que o grupo criminoso que invadiu a cidade era composto por, pelo menos, 30 integrantes, e que alguns assaltantes ainda estão escondidos na região. Até a quarta (28), ninguém havia sido preso.
Fonte: G1