Rodoviários anunciam possibilidade de greve geral

Depois da paralisação de advertência, das primeiras horas até às 07h desta terça-feira (26), nas cinco maiores empresas de ônibus da capital (Taguatur, Ratrans, Primor, Maranhense e 1001), os Rodoviários planejam nova paralisação, só que dessa vez em todo o sistema, dentro de 72 horas. A entidade já notificou o sindicato patronal, SET, a Prefeitura de São Luís, o Tribunal Regional do Trabalho, o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho. A medida adotada pelo Sindicato dos Rodoviários do Maranhão tem como base o descumprimento da nova Convenção Coletiva de Trabalho, acordada entre trabalhadores e empresários, em dezembro do ano passado e que até hoje, não foi acatada pelos patrões.

Depois de mais de quatro meses de intensas discussões entre as partes, a nova Convenção Coletiva de Trabalho foi celebrada, em Audiência no Tribunal Regional do Trabalho, já na véspera do recesso de final de ano do Judiciário. Pelo que foi acordado, a partir de janeiro, os Rodoviários deveriam ter recebido os salários e o ticket alimentação com os valores reajustados, que não até hoje não aconteceu.

Desde o início de Fevereiro, Isaias Castelo Branco, tenta resolver a situação pelas vias judiciais, para que os patrões fossem obrigados a cumprir a nova Convenção, mas a entidade não obteve respostas. Os empresários, por sua vez, se negam em por em prática o acordo, sob a alegação de que os reajustes nas tarifas de ônibus, autorizados pela Prefeitura de São Luís, não foram suficientes para cumprimento da nova Convenção.

Na semana passada, o Presidente, a Diretoria e o Departamento Jurídico da entidade, se reuniram e decidiram notificar todas as empresas de ônibus, o SET, a Prefeitura de São Luís e órgãos ligados à Justiça, estabelecendo um prazo de 24 horas, para que o acordo fosse acatado, o que não aconteceu.

“Os empresários só podem achar que nós, Rodoviários, somos palhaços. Em toda a minha vida atuando em entidades sindicais, nunca eu vi, uma Convenção Coletiva de Trabalho, tratada e definida perante a justiça, não ser cumprida. Além de desrespeitarem os trabalhadores, os patrões também demonstram não estarem nem aí, para a justiça e tão pouco, para os usuários do transporte público, que recentemente foram surpreendidos com o aumento das passagens e mesmo assim, não tem, ao menos, o direito a um serviço de qualidade em São Luís. Demos todas as alternativas aos empresários, procuramos os órgãos ligados à justiça e até a Prefeitura de São Luís, que chegou a marcar uma reunião, mas depois não nos atendeu. Não nos resta outra possibilidade que não seja cruzarmos os braços, dessa vez, em todo o sistema. Nossa classe merece mais respeito e não permitiremos tamanha humilhação e descaso. Essa Convenção será cumprida, por bem ou por mal”, enfatiza Isaias Castelo Branco, Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.

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