A Seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou, nessa segunda-feira 1º, nota em que defende a apuração da delação-bomba do ex-chefe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Tiago Bardal.
Em depoimento prestado no mês passado à 2ª Vara Criminal de São Luís, no bojo de um processo criminal em que é suspeito de participação numa organização criminosa envolvida em contrabando, Bardal disse que teria recebido ordens do secretário estadual da Segurança Pública, Jefferson Portela, para que fossem investigados quatro desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão.
O objetivo das investigações, segundo Bardal, seria conseguir prender os magistrados Froz Sobrinho, Tyrone Silva, Guerreiro Júnior e Nelma Sarney. Até o momento, nenhum deles se manifestou sobre as declarações.
“No caso de uma suposta investigação a quatro desembargadores maranhenses, após uma suposta delação, do então ex-superintendente da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), Tiago Bardal, realizada na Secretaria de Segurança Pública do Estado, fatos que vieram a público através da mídia local, a OAB Maranhão entende que tais circunstâncias precisam ser minuciosamente apuradas”, defendeu a OAB maranhense.
Ainda na nota, a Seccional maranhense diz repudiar as tentativas de ameaças aos membros do TJ-MA, e que, se confirmada a delação-bomba de Bardal por meio de “investigações que tem de ocorrer”, representará um atentato ao Estado Democrático de Direito e ao país.
“[A OAB-MA] vem a público repudiar toda e qualquer tentativa de ameaça a membros do Poder Judiciário ou de qualquer uma das instituições que trabalham em defesa da Justiça, tendo em vista que isso, se confirmado, se configura como um atentado direto ao próprio Estado Democrático de Direito e ao país enquanto nação e República. Essa suposta tentativa, que se espera não seja confirmada pelas investigações que tem de ocorrer, que hoje visaria atingir autoridades pode, amanhã, tornar-se um instrumento de violação de intimidade e da vida privada de qualquer cidadão, ignorando preceitos básicos da Carta Magna”, diz.
Fonte: Atual7