Menino de seis anos é o primeiro a realizar implante biônico no ouvido custeado pelo SUS no MA

Um menino de seis anos é o primeiro paciente a realizar um implante do ouvido biônico custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Maranhão. A cirurgia de Fábio Felipe foi realizada nesta terça-feira (23) pela equipe médica do Hospital Universitário Presidente Dutra, em São Luís.

A criança foi diagnosticada com surdez profunda aos quatro anos de idade. Antes do diagnóstico, a família e os médicos que acompanham Fábio Felipe desconfiavam que ele era autista, por conta da dificuldade de desenvolver a fala e de interagir com outras crianças.

A família do menino procurou especialistas para ver o que poderia ser feito. A mãe de Fábio, Tayane Cardoso, descobriu que a cirurgia de implanta de ouvido biônico já era realizada no país e buscou ajuda para conseguir realizar o procedimento, que foi negado pelo convênio médico da criança. Em seguida, a mãe acionou a Defensoria Pública do Estado do Maranhão, que após uma ação na Justiça, garantiu que a cirurgia fosse custeada pelo SUS.

“Pelo convênio não foi autorizado a cirurgia e aí eu tive que recorrer, porque a cirurgia quanto antes melhor a adaptação. Então a gente foi pela defensoria e o juiz deu a sentença favorável. Teve umas intercorrências durante o processo, mandaram a gente fazer o TFD (Tratamento Fora do Domicílio), mas a gente recusou e a continuamos até quando a gente conseguiu aqui”, explicou a mãe.

Tayane Cardoso, mãe do menino, recorreu à Justiça para conseguir custear a cirurgia pelo SUS. — Foto: Reprodução/TV Mirante

A cirurgia é considerada muito delicada, tem um custo elevado e nunca havia sido realizada pelo SUS apesar de ser comum em outros estados do país. Para a equipe médica que cuida do caso de Fábio Felipe, a cirurgia representa um avanço no estado.

“Essa cirurgia é feita pelo SUS em praticamente todos os estados do país e no Maranhão ela não era feita. As famílias saíam do Maranhão para serem operadas em outro estado, então é um avanço e um ganho muito grande a gente conseguir fazer essa cirurgia hoje”, disse Aline Bittencourt, otorrinolaringologista e cirurgiã do Hospital Universitário Presidente Dutra.

Tayane conta que está animada com a cirurgia e não vê a hora de que o problema seja corrigido e que a criança possa levar uma vida normal. “Expectativa muito boa, que vai dar tudo certo, que ele vai aprender tudo de novo. Ele vai renascer para o mundo dos sonhos”, afirmou.

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