Brasil trabalha no desenvolvimento de teste para detectar coronavírus em um minuto

Ministro Marcos Pontes acompanha trabalho dos cientistas no INTC TeraNano, em Uberlândia, Minas Gerais.

Pesquisas sobre vacinas, testes de medicamentos e novas formas de diagnóstico. Cientistas de todo o País estão atuando no combate ao novo coronavírus (Covid-19). Algumas iniciativas mostram como as pesquisas na área avançam rapidamente, e como a tecnologia pode favorecer o Brasil no combate à pandemia.

Testes que ficam prontos em apenas um minuto, realizados por sensores biológicos com Inteligência Artificial, capazes de detectar a presença do coronavírus com rapidez e baixo custo. E o melhor: tecnologia de ponta ao alcance dos brasileiros. A expectativa é que os primeiros equipamentos estejam disponíveis para o sistema de saúde nos próximos 20 dias. Cada um, que custa cerca de R$100 mil, consegue processar entre 400 e 500 resultados por dia. Cada exame deverá ter um custo de R$40.

Essa tecnologia é fruto das pesquisas do laboratório de Nanobiotecnologia do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Teranóstica e Nanobiotecnologia (INTC TeraNano) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), onde o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, esteve na segunda-feira (13).

Ele visitou também, em Belo Horizonte, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que colocou sete laboratórios à disposição dos pesquisadores. No Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Dengue e Interação Microorganismo Hospedeiro (INTC Dengue), com ampla experiência no combate à dengue, os cientistas estão pesquisando também viroses emergentes, como a Covid-19.

Além do sequenciamento do coronavírus, o laboratório trabalha no desenvolvimento de novos fármacos tanto antivirais como anti-inflamatórios para o tratamento ao coronavírus, e testes clínicos de novos medicamentos, incluindo a cloroquina. 

Os laboratórios recebem apoio do MCTIC para a realização das pesquisas de enfrentamento à Covid-19, e o ministro fez questão de ir pessoalmente para conhecer os locais e saber como andam os estudos laboratoriais. De acordo com ele, “a ciência é a única arma que nós temos contra essa epidemia”.

Testes rápidos

Outro estudo sobre testes rápidos é destaque para o cenário brasileiro. No Norte do Brasil, o Centro de Biotecnologia da Amazônia, em Manaus, trabalha em uma versão nacional dos kits de diagnóstico rápido de Covid-19. O novo teste será produzido com insumos nacionais e terá um índice de detecção superior ao dos kits importados. 

Neste momento de pandemia mundial, o avanço desse tipo de pesquisa diminui a dependência por insumos importados. A possibilidade de eficácia dos testes nacionais é maior devido às mutações que o vírus sofreu ao chegar ao País.

“Os kits diagnósticos produzidos com anticorpos e antígenos importados podem ter baixa sensibilidade de detecção no Brasil, uma vez que não são adaptados à nossa realidade viral, por isso a necessidade de produção de um kit com insumos nacionais para atender à específica e crescente demanda brasileira”, afirmou gestor do CBA, Fábio Calderaro.

Segundo Calderaro, a técnica de produção com materiais e antígenos nacionais poderá ser distribuída para diferentes centros de produção, o que seria suficiente para suprir a demanda nacional mínima determinada pelo Ministério da Saúde, que é de 30 mil testes por dia.

A medida, no entanto, depende da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir daí, a produção dos testes poderá ser atingida em quatro meses.

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