Principal líder do grupo 300 do Brasil, a militante Sara Winter foi presa nesta segunda-feira (15), pela Polícia Federal em Brasília. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mais cinco organizadores do 300 do Brasil também foram presos. As prisões são temporárias e têm a duração de cinco dias.
No sábado(13) o acampamento foi desmanchado por policiais do Distrito Federal. O grupo de extrema-direita defende o presidente Jair Bolsonaro e uma intervenção militar. Acampados na Praça dos Três Poderes desde o início de maio, o grupo tem promovido atos contra o Congresso e o STF. Sara já disse que os integrantes do acampamento tinham armas.
A Secretaria de Segurança do DF afirmou por nota que o grupo era ilegal. Para o Ministério Público, o movimento é uma “milícia armada”.
Os pedidos de prisão foram apresentados na sexta-feira (12) a partir de indícios obtidos pelo Ministério Público Federal (MPF) de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983), objeto do Inquérito 4.828. O objetivo das prisões temporárias é ouvir os investigados e reunir informações de como funciona o esquema criminoso.
O pedido de abertura do inquérito dos atos antidemocráticos foi feito em 20 de abril pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, com a finalidade de apurar fatos em tese delituosos envolvendo a organização de manifestações contra o regime da democracia participativa brasileira, por vários cidadãos, inclusive deputados federais, o que justificou a competência do STF.
Na ocasião, Augusto Aras afirmou que “o Estado brasileiro admite única ideologia que é a do regime da democracia participativa. Qualquer atentado à democracia afronta a Constituição e a Lei de Segurança Nacional”.
Sara também é investigada no inquérito das fake news, relatado por Moraes. No início do mês, ela publicou em suas redes sociais vídeos ameaçando o ministro.