Economia do MA é uma das mais afetadas pela pandemia de Covid-19

Pesquisa encomendada pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) à Datamétrica Pesquisa e Consultoria Ltda, acerca dos efeitos da pandemia da covid-19 na área de atuação da Autarquia, revela que o impacto negativo foi mais sentido nas empresas sediadas nos estados do Maranhão (76%), Alagoas (76%) e Ceará (76%). De um modo geral, acentuou-se principalmente nos segmentos do comércio (75%), indústria (71%) e serviços (71%).

O levantamento, que ouviu cerca de 3.200 pessoas, entre os meses de janeiro e abril deste ano, na área de atuação da Sudene – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, além de Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo – abordou diferentes aspectos, abrangendo os impactos financeiros das empresas, o mercado de atuação, processos organizacionais, a geração de empregos durante a pandemia e o acesso a programas de apoio governamentais.

Entre as empresas que reportaram queda nos lucros provocados pela pandemia, as maiores perdas foram informadas por Ceará (81%) e Maranhão (80%). Já em relação ao endividamento, 44% dos gestores das empresas afirmaram que as suas empresas sofreram impacto negativo devido à pandemia. Por outro lado, 43% das empresas não pioraram seu nível de endividamento e outras 11% diminuíram suas dívidas neste período.

Os resultados operacionais e financeiros das empresas nesse período de pandemia refletiram de imediato no emprego. Segundo a pesquisa, dentre os estabelecimentos entrevistados, 56% afirmaram que sofreram impacto negativo na geração de empregos devido à pandemia, tendo sido maior nas empresas de construção (66%) e naquelas sediadas no Maranhão (62%) e Sergipe (62%).

Acesso a programas de apoio

A pesquisa avaliou ainda o acesso das empresas a ações governamentais, sendo o mais acessado o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda com 41%. A adesão foi maior do que a média na indústria (43%) e menor entre as empresas da agropecuária (31%). Considerando as unidades da federação, a adesão foi maior dentre as empresas do Maranhão (46%) e menor dentre as empresas sediadas em Minas Gerais (30%).

Com relação ao programa de suspensão temporária do pagamento de FGTS, este foi acessado por 26% das empresas. A adesão foi maior entre as empresas do Espírito Santo (35%), Pernambuco e Maranhão com 31%, cada e foi menor nas empresas sediadas em Minas Gerais (16%).

A pesquisa verificou, portanto, que quem mais sofreu com os efeitos da pandemia foram as economias menores, os mercados menos estruturados e menos regulamentados, e os setores que dependem necessariamente do contato com o seu consumidor direto. E, de um modo geral, os estados mais dependentes destas atividades. Igualmente, os pequenos produtores, menos inseridos nas grandes cadeias produtivas, e o setor informal em geral, tiveram mais dificuldade de sobrevivência. O comércio de varejo, principalmente aquele voltado para bens não essenciais, também sentiu fortemente os impactos econômicos da pandemia. E, por fim, o turismo e toda a sua cadeia produtiva. Tudo isso abalou bastante as economias da região.

De O Estado

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