Bolsonaro já iniciou golpe, resta saber até onde ele vai, diz Flávio Dino

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), afirmou ontem, durante entrevista ao Uol News, que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já deu início a uma suposta tentativa de golpe de estado com os atos de 7 de Setembro por todo o país.

Segundo o socialista, “a questão é saber até onde ele vai”.

“[Bolsonaro] já está tentando um golpe, não se trata mais de uma previsão. No momento em que ele faz essas marchas milicianas, com ele à frente e esse tipo de emulação criminosa, não se trata mais de discutir se ele tentará ou não um golpe, uma ruptura, ele já está naquilo que nós chamamos de itinerário criminoso. A questão é saber até onde ele vai”, declarou o governador.

Flávio Dino criticou a “lentidão” das instituições em responder à altura os ímpetos de Bolsonaro, e disse acreditar “que não ficará por isso mesmo”. Ao analisar o discurso feito pelo atual chefe do Executivo Federal na tarde de hoje na Avenida Paulista, Dino diz que ele adota uma “atitude demoníaca ao achar que afrontará a todos e nada acontecerá”.

“Essa resposta institucional que o Brasil tem que dar nos próximos dias, uma resposta curta, clara, porque ele está tentando, mas não vai conseguir. Isso não quer dizer que não devemos nos preocupar, porque ao tentar, ele já está cometendo crime, e por outro lado já está produzindo danos a população que está sofrendo de pandemia, de fome e de desemprego, e o presidente da República não está nem aí”, disse.

Para o governador maranhense, o presidente “vem numa progressão criminosa” desde 2019, e expõe sua incapacidade de governar o país, além de “não entender de economia” e, hoje, estar isolado internacionalmente.

Ao se referir às ameaças ao STF (Supremo Tribunal Federal) e a um de seus ministros, no caso Alexandre de Moraes, Flávio Dino faz alusão à fala de Jair Bolsonaro na tarde de hoje na Avenida Paulista, em São Paulo, quando afirmou que não cumprirá mais nenhuma ordem expedida pelo magistrado da Suprema Corte, a quem ele se referiu como “canalha”.

“Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais! Liberdade para os presos políticos! Fim da censura! Fim da perseguição àqueles conservadores, àqueles que pensam no Brasil”, afirmou o mandatário ao discursar para cerca de 125 mil pessoas.

Com informações do Uol News

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