A conta de luz de muitos brasileiros ficou mais cara por um motivo além da decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de aplicar a bandeira vermelha patamar 2 em julho: o reajuste anual das tarifas das concessionárias de energia elétrica.
Segundo levantamento do UOL, a agência atualizou, de janeiro a 6 de julho, valores cobrados por 31 distribuidoras em 14 Estados. São eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, e Tocantins. As demais empresas que atuam no Brasil terão os preços revisados até dezembro.
O aumento médio repassado aos consumidores vai de 1,28% a 15,29%. As maiores altas foram feitas pelas companhias:
Ceripa (SP): 15,29%;
Cocel (PR): 10,64%;
CPFL Santa Cruz (MG, PR e SP): 9,95%;
RGE Sul (RS): 9,95%;
Copel (PR): 9,89%.
Segundo a Aneel, os principais motivos para a atualização das tarifas em 2021:
custos com encargos setoriais;
despesas de transporte, aquisição e distribuição de energia;
créditos de PIS/Cofins;
efeitos do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado);
empréstimo da Conta-Covid (financiamento criado na pandemia).
Levantamento feito pelo Poder360 com base em dados da Aneel mostra que o preço da tarifa de energia residencial no Brasil passou de R$ 300 por megawatt-hora em 2013 para R$ 602 em 2021. Subiu 100,6%. Os valores foram corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do período.
Esse aumento é considerado por especialistas entrevistados pelo Poder360 uma consequência de 3 acontecimentos: o acionamento de termelétricas, que produzem energia a custo mais alto, os subsídios na tarifa de luz, que representam 10% do preço total da energia residencial e a publicação da MP (medida provisória) 579, de setembro 2012.