Um homem identificado como Ismael da Silva Brito foi baleado por um policial civil no dia 3 de setembro após ser confundido com um criminoso em Codó, a 290 km de São Luís.
Segundo informações dos familiares, o quadro de saúde de Ismael é delicado. Ele já passou por duas cirurgias e está fazendo o uso de bolsa de colostomia porque teve o intestino perfurado após ser baleado.
Em um vídeo, Ismael relembra o momento que foi atingido com um disparo na barriga. “Eu disse que ia tirar minha carteira do bolso, quando eu ia tirar minha carteira acabei sendo baleado”, explicou.
O reconhecimento do erro aconteceu ainda dentro do carro da polícia no momento em que Ismael era levado para o atendimento médico de urgência.
“Ele pegou minha carteira que estava caída no chão e viu que eu não era quem ele estava pensando. Me colocou no carro, disse que eu não iria morrer, que era para eu ter fé em Deus”, relembrou Ismael.
Desde o dia 3 de setembro, a família e alguns conhecidos arcam com os custos e reclamam da falta de assistência da Polícia Civil. A mãe de Ismael, Maria José Pereira, se emociona quando fala da situação do filho que tem uma família para sustentar.
Ela explica que o filho ficou sem condições de trabalho e quase dois meses depois nunca conseguiu deixar o hospital. Ela lamenta que ninguém da Polícia nunca apareceu. “Ninguém nunca apareceu, nenhum policial nunca apareceu aqui para saber como ele está e a situação financeira dele. Nunca veio ninguém aqui”, afirmou.
Apenas com o uso da bolsa de colostomia, os gastos estão sendo com cerca de R$ 90 reais por semana e a única renda da família vem da aposentadoria de Maria José. Outra reclamação dos parentes diz respeito ao inquérito, que na opinião deles, nunca foi concluindo para criminalizar o policial responsável pelo disparo.
O delegado regional de Codó, Gilvan Lucas, disse que o inquérito que apura a tentativa de homicídio já foi concluído inclusive nas mãos do Ministério Público do Maranhão (MP-MA).