Insatisfeitos com o pacote de medidas anunciadas pelo governo Bolsonaro nesta terça-feira (16/04/19), os caminhoneiros planejam uma nova greve nacional para o dia 21 de maio, data em que se completa um ano da última paralisação da categoria.
Segundo o caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, um dos principais líderes do movimento deflagrado em 2018, se o preço do combustível aumentar, os serviços do setor de transportes rodoviários serão interrompidos imediatamente.
“Nós vamos cruzar os braços assim que tiver aumento do combustível. [Ainda que] Seja daqui a quatro ou cinco dias”, afirmou Dedéco ao Metrópoles. Demonstrando indignação com o pacote apresentado pelo governo, o caminhoneiro afirmou que as verbas direcionadas a obras em estradas não são um benefício, mas sim “obrigação” do Executivo.
Nesta terça, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a medida é resultado da preocupação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com a categoria. No entanto, em áudios enviados ao ministro, lideranças dos caminhoneiros criticaram o plano. “O senhor pode montar o gabinete de crise aí no Palácio do Planalto, porque a paralisação vai acontecer no dia 21, data marcada pelo nosso grupo”, diz uma das mensagens de voz.
Pacote de medidas
Com intuito de evitar futuras paralisações, o governo anunciou medidas para o setor de transportes rodoviários nesta manhã. Entre elas está a criação de uma linha de crédito de até R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos que vai permitir a compra de pneus e a manutenção dos veículos.
Está prevista a reserva de R$ 2 bilhões para a conclusão de obras e a manutenção de rodovias por todo o Brasil. O governo também quer criar o cartão-combustível, em parceria com a Petrobras, para agilizar o abastecimento dos caminhões. Porém, a medida ainda não foi oficialmente anunciada, pois está sendo estudada.
Fonte: metropoles