Na semana passada, entre os dias 09 a 14 de novembro, aconteceu a “Operação Descontrole”, que visa combater laboratórios de hackers e eletricistas que atuam na região sul do Maranhão e atendem grandes fazendas de irrigação, manipulando o software de medidores de energia, realizando desvios de energia, a fim de diminuir os valores de consumo aferidos pelos aparelhos.
A operação foi deflagrada pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), da Polícia Civil, com o apoio operacional da distribuidora de energia elétrica, Equatorial Maranhão. E ocorreu em duas etapas: a primeira na região de Balsas com foco em transformadores ligados clandestinamente e a segunda em Imperatriz, Governador Edson Lobão e Açailândia com a finalidade de detectar medidores fraudados.
Segundo a polícia, quatro pessoas foram presas em flagrante e oito transformadores de alta potência apreendidos. “Nós já tínhamos um levantamento anterior com alvos já definidos. Nesses locais encontramos a fraude do tipo controle, daí o nome da operação, como também a apreensão de grandes subestações. Esses grandes consumidores, para ter acesso a energia, utilizam de subestações que são abastecidas e controladas por grandes transformadores, de 150 a 300 Kva. É aí que encontramos estações de ligações clandestinas e intervenção na rede pública de alta tensão de forma irregular”, expõe o Del. Paulo Roberto, do Departamento de Defesa de Serviços Delegados (DDSD/SEIC).
O delegado informa ainda que a operação terá outras etapas: “As investigações da Operação Descontrole continuam combatendo essa prática criminosa, que tem causado grande prejuízo aos cofres públicos e a grandes empresas do estado”, finaliza.
Arriscado e criminoso
Furto de energia é uma ação criminosa e passível de punição legal, prevista no Artigo 155, do Código Penal Brasileiro (inclusive com pena que pode alcançar até 4 anos de prisão e multa). Furtar energia é arriscado, pois pode provocar choque elétrico, que costuma ser fatal! Além de provocar também sobrecarrega nos transformadores, o que pode deixar uma grande área sem energia elétrica e ainda causar incêndios.
Além disso tudo, os impostos deixam de ser arrecadados. Conforme dados da Equatorial Energia, do total, o prejuízo é de cerca de R$ 340 milhões por ano, o que impacta no orçamento para promoção de ações de manutenção, operação, expansão e modernização do sistema elétrico, além da arrecadação de impostos (ICMS e PIS/Cofins) que não foram pagos e poderiam ser revertidos em benefícios a população nas áreas da saúde, educação, esportes e cultura. Os cidadãos de bem acabam pagando essa conta também.