A Polícia Federal deflagrou a operação Florestas de Papel em Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Pará nesta sexta-feira (12) A ação mira um esquema de desmatamento ilegal na Amazônia que movimentou pelo menos R$ 80 milhões.
Até as 12h (13 de Brasília), quatro pessoas já haviam sido presas e uma estava foragida. Entre os presos há um empresário que estava de férias em Fortaleza. Ele é apontado como um dos principais beneficiários do esquema e tem oito empresas em seu nome.
Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão 56 de busca e apreensão e quatro de suspensão de atividades econômicas. De acordo com a PF, há alvos com mais de um mandado de prisão por serem investigados em mais de um processo.
A operação mira 22 madeireiras que cometeram as irregularidades entre 2014 e 2017, principalmente no Sul de Roraima. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Seção Judiciária do estado.
Nas investigações, a PF identificou o desmatamento de 260.000 metros cúbicos de madeira, o suficiente para encher 8 mil caminhões.
Segundo a polícia, os donos das firmas usavam laranjas e empresas de fachada para conseguir a emissão de DOFs, licença exigida para transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, como toras de madeira e madeira serrada.
As fraudes eram feitas no SISDOF, sistema do IBAMA que gerencia a expedição dos Documentos de Origem Florestal (DOF).
“A PF identificou mais de 91.000 metros cúbicos de madeira serrada que teriam sido “regularizadas” mediante fraude. Convertidas em toras de madeira, este quantitativo se aproxima de 260.000 metros cúbicos, ou 120.000 toras, o suficiente para carregar aproximadamente 8 mil caminhões”, detalhou a PF.
Dentre as espécies desmatadas encontravam-se Ipês, Cedros, Maçarandubas, Aroeiras e Jacarandás, dentre outras. No mercado, o valor das madeiras envolvidas na fraude poderia chegar a quase R$ 80 milhões.