A Receita Federal do Brasil (RFB) abriu um trabalho para identificar supostos “focos de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, e de sua mulher, a advogada Guiomar Mendes.
A informação sobre a investigação foi revelada pela coluna Radar, de Veja, nesta sexta-feita 8.
De acordo com a publicação, o relatório, produzido em maio de 2018, aponta uma variação patrimonial sem explicação de exatos R$ 696.396,00 do ministro em 2015 e conclui que Guiomar “possui indícios de lavagem de dinheiro”.
O relatória afirma, ainda, que o suposto crime de tráfico de influência atribuído a Gilmar Mendes e sua mulher “normalmente se dá pelo julgamento de ações advocatícias de escritórios ligados ao contribuinte e seus parentes, onde o magistrado ou um de seus pares facilita julgamento”.
Ao tomar conhecimento de que á alvo de uma investigação da Receita com a sua mulher, Gilmar Mendes encaminhou ofício ao presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, solicitando a investigação e “adoção de providências urgentes” em relação aos auditores fiscais sobre eventual ato “ilícito”.
Gilmar aponta também “abuso de poder” por parte dos fiscais da Receita.
“Causa enorme estranhamento e merece ponto de repúdio o abuso de poder por agentes públicos para fins escusos, concretizado por meio de uma estratégia deliberada de ataque reputacional a alvos pré-determinados”.
O ministro também pediu a “adoção de providências urgentes”para “apurar a responsabilidade por eventual ilícito” e garantiu que “nenhum fato concreto é apresentado” nos documentos publicados pela imprensa. Ele pede que seja apurado o vazamento das informações.
Em atendimento ao pedido, Toffoli enviou ofícios à procuradora-geral da República, Raquel Dodge; ao ministro da Economia, Paulo Guedes; e ao Secretário da Receita, Marcos Cintra, solicitando a “devida apuração e adoção das providências cabíveis”.
Como ministro do STF, Gilmar Mendes tem direito ao foro privilegiado e só pode ser investigado pela própria Corte.
Fonte: Atual7