tentava localizar o pastor Arilton Moura até a última atualização desta reportagem. Gilmar Santos nega envolvimento em irregularidades e diz que não influenciou decisões do ministério.
A audiência foi organizada pela Comissão de Educação do Senado. Os prefeitos foram chamados a prestar depoimento após denunciarem a suposta atuação de pastores em recursos do MEC.
As cobranças se davam em troca da construção de escolas e creches, disseram os prefeitos. Eles reforçaram ainda que, após a negativa do pagamento de propina, a verba para as obras não foi empenhada.
Em 22 de março, se tornou conhecida uma gravação na qual o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, dizia a prefeitos que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, repassava verba a municípios indicados por pastores. O episódio levou à demissão de Milton Ribeiro.
Outros dois prefeitos – Helder Aragão, de Anajatuba (MA), e Calvet Filho, de Rosário (MA) – prestaram depoimento nesta terça.
Os dois negaram ter presenciado qualquer cobrança de propina. Por outro lado, eles disseram que, diferentemente dos outros, conseguiram a liberação de recursos na pasta.
Calvet Filho relatou ainda que, em janeiro deste ano, teve uma reunião no apartamento de Ribeiro para pedir a liberação de recursos. Após o pleito, cerca de R$ 15 milhões foram empenhados para a construção de escolas e creches. Segundo ele, não houve outros participantes do encontro. O prefeito disse conhecer os pastores Gilmar e Arilton apenas para “agendas missionárias”.
Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos integravam, segundo as denúncias dos prefeitos, o chamado “gabinete paralelo” do MEC, tendo trânsito livre na pasta e exercendo influência sobre a destinação de verbas da pasta e também sobre a agenda do então ministro Milton Ribeiro.
Quando o áudio de Milton Ribeiro se tornou conhecido, Gilmar Santos divulgou uma nota na qual negou envolvimento com qualquer ato ilícito ligado ao Ministério da Educação.
Afirmou ainda não fazer parte do chamado “gabinete paralelo” e negou ter atuado em qualquer “ato de corrupção”, acrescentando não exercer influência sobre a pasta ou sobre Milton Ribeiro.